domingo, 24 de janeiro de 2010

Palavra que liberta


Já há algum tempo (uns dois, no máximo três anos), venho adquirindo um gosto "esdrúxulo" por certos objetos: guindastes. Não me perguntem o porquê, mas me encantei por guindastes de tal forma, que sempre que vejo um, insisto em fotografar. Houve uma época que eu estava tão fascinada, que quando algum amigo ou conhecido ia viajar, pedia sempre para que fotografassem os guindastes que encontrassem por lá. Qualquer dia ainda organizo um álbum exclusivo para guindastes.

Apreciar guindastes não é nada comum, penso eu, mas sinto um imenso prazer em avistar um belo e alto guindaste amarelo (sim, os amarelos são os meus prediletos) na paisagem. Por aqui (na terrinha), não são assim tantos, mas quando morava aí por esses lados de São Paulo, adorava olhar pela janela do carro e contar os guindastes à minha volta. E olha que não eram poucos! Assim, abstraia um pouco aquele trânsito ainda mais esdrúxulo que essa minha apreciação "guindástica". Tá aí uma coisa que sinto uma falta tremenda: desvendar guindastes amarelos (não só amarelos, é claro) no meio de tanto cinza.

Mas esse é um blog dedicado às palavras, portanto, vou direto ao ponto, antes que a minha prolixidade desenfreada não me permita. Acontece que, além de o objeto me chamar bastante a atenção, a própria palavra me atrai muito. Ah, como é bom, como é prazeroso pronunciar "guindaste"com aquela "pose de D. Pedro quando disse ao povo que ficava". Pronunciar todas as letras, não omitindo nenhum som e dando ênfase dobrada em "aste" é  uma sensação única, indiscritível, diria até "mágica". É como se a palavra me transmitisse liberdade, poder, força... E esse conjunto de sensações "guindásticas" faz emergir, automaticamente, a imagem de um imponente guindaste amarelo. Aí, então, atinjo o clímax do meu "momento guindástico".

Às vezes, quando não estou nos meus melhores dias, penso insistentemente num guindaste e, mesmo mentalmente, pronuncio a palavra com toda a vontade, articulando bem cada sílaba. Pode não resolver tudo, mas que é uma boa terapia, isso sim.

Ah... Só eu sei como essa palavra me faz bem!




2 comentários:

  1. que linda foto, Alice!!!
    também admiro guindastes
    e caterpilars
    e motoniveladoras
    não apenas amarelas
    gosto também das vermelhas
    mas sua foto tem muito mais do que o equipamento
    tem poesia
    em paz
    sem a azáfama da cidade grande
    adorei
    ah, e pra que você não se espante: sou amiga da Cuca...e estou insone no momento...
    um beijo pras duas
    e parabéns pela iniciativa
    amei o blog!
    sigam em frente!
    eliana

    ResponderExcluir
  2. Sempre que vejo um guindaste, me lembro desse blog. Várias vezes vi guindastes emoldurando paisagens e possibilitando que tenhamos outra noção da dimensão do pé direito do céu. Mas não pude deixar de voltar aqui para comentar quando vi esse guindaste de panqueca: http://www.jimspancakes.com/wp-content/uploads/2010/05/pancake_art_tower_crane.jpg

    ResponderExcluir

Fale, opinie, critique, debata, concorde, discorde... Comente!